Então mais uma vez... Mais um dia perdido... Mais uma tarde observando... La estavam as arvores dançando, com os ventos do verão, com o nublado da chuva, com o cheiro de grama que entrava pelas minhas narinas. A caminho até elas, é dado como impossível. Maldito caminho até a arvores bailarinas. Suas curvas me hipnotizavam, seu porte feminino, sua voz me chamando, pelas folhas que arrastavam a escuridão da rua, seus galhos balançando em uma dança sensual, um balançar leve. Seus cabelos verdes, brilhavam com os fleches de sol que atravessavam as nuvens. Saber que logo suas folhas se vão, aperta meu coração. Saber que terei que esperar mais um ano pra ver o vento forte chegar, para te ver dançar, aperta meu coração. Saber que daqui um mês, vou me arrepender de mais uma vez não ir te ver, aperta meu coração. Minha família fala que sou louco, meus amigos falam que você é uma história que os pais contam para seus filhos não irem embora. Alguns meses atrás, minha mãe me levou em um médico, ele falou que poderia me ajudar a te superar. Mas eu não posso te superar, você é meu verdadeiro amor, ela não sabe qual é o fardo de amar de longe, de amar e não poder tocar. Em sua homenagem, jogo os remédios fora, em baixo da cama, pela janela, ou simplesmente guardo no bolso. Eu não sou digno da sua beleza, não sou digno da vida que vem de ti, que transparece em mim, mas quero ser digno de te ver de perto, ver sua dança quando o vento bate, quando todas as folhas gritam. Bom, não sei se pode ler, mas sei que pode ouvir, então a carta vai ficar, mas tudo que ela carrega, está em mim, então vou gritar todo meu amor para você.